United Kingdom - LONDON
Bianca Didone
Estar sentada na mesma mesa que Scooter Braun naquele momento fez meu café da manhã dar uma voltinha no meu estômago. Eu sei que deveria prestar atenção em tudo o que ele estava dizendo pra mim, talvez fosse importante, mas tudo o que eu conseguia fazer era olhar cada uma das fotos emolduradas que enfeitavam a parede daquele escritório. Não eram simples fotos, antes fosse. Eram fotos de artistas que assinam com a Island Records em vários lugares do mundo. Ali, pelo o que percebi, estavam especialmente artistas que assinam ou que assinaram (o último verbo no passado em caso de morte, como Amy Winehouse) com a gravadora na Inglaterra como Jessie J, Leona Lewis e outros.
A pergunta na verdade era essa: se eu decidisse seguir esse ramo na música, será que eu conseguiria ser pelo menos metade do que elas são ou foram? Aí é que está. Minha consciência gritava que não, mas meu coração continua queimando por isso. Eu estava completamente confusa, não sabia o que pensar ou o que fazer. Era como estar numa arena pronta para lutar pela minha sobrevivência contra um leão faminto.
Voltei a realidade quando ouvi três batidas na porta do escritório e logo depois uma cabeça loira aparecer ali, fazendo com que Scooter se levantasse e fosse cumprimentá-lo de um jeito que homens fazem normalmente. Depois de largar o seu empresário, Justin abriu os braços em minha direção e eu me levantei, me lançando em seus braços e sentindo-os apertar o meu corpo contra o seu, logo depois de um pequeno afago no cabelo. Ele me soltou com um sorriso.
Justin: Como estão as coisas por aqui? - perguntou se sentando na cadeira ao meu lado, ficando de frente para Scooter assim como eu.
Scooter: Nossa conversa está sendo bastante produtiva, não é mesmo? - ele perguntou me encarando ironicamente, deixando escapar um riso curto.
Eu: Me desculpe, eu realmente queria parecer mais animada com toda essa coisa, mas é que estar no escritório de uma gravadora não me traz lembranças boas, entende? - era óbvio que Scooter não havia entendido nada. Ele me encarou curioso, enquanto Justin se virou pra mim com um sorriso e sua mão sobre a minha, apertando-a de leve, como se quisesse passar tranquilidade.
Justin: Não há com o que se preocupar, Bê.
Scooter: Me desculpe, eu estou um pouco confuso... - ao ouvir essa frase de Scooter, pedi para que Justin contasse a ele tudo o que aconteceu há alguns anos atrás. Ele o fez.
E pela primeira vez na vida, ao ouvir aquela velha história não me senti culpada. Por algum motivo eu senti que aquilo tudo não foi por incompetência minha. Talvez aquele não fosse o momento de seguir a vida como cantora, afinal eu era muito nova e imatura demais para suportar todas as coisas que esse trabalho exige. E Justin tinha toda a razão no que ele havia me dito minutos atrás. Minha vida toda mudou e eu, em especial.
Scooter: Sabe o que mais me intriga nesta história toda? Saber que você desistiu tão fácil assim. Você é uma garota muito talentosa, porque não dá uma chance a si mesma? - eu suspirei. Fiz isso porque eu não sabia a resposta.
Eu: Eu gostaria de poder fazer isso Scooter, mas eu amo a minha carreira na moda e ser cantora está completamente fora dos meus planos agora.
Scooter: Então porque você aceitou abrir os shows do Justin aqui em Londres?
Justin: Eu sei por que. - respondeu, chamando nossa atenção - Você aceitou meu convite porque ama cantar. Eu percebi isso enquanto cantávamos juntos lá na Califórnia.
Apesar de nunca ter contado, ele sabia que cantar era uma parte muito importante da minha vida. Era inegável que cantar me fazia um bem danado, tanto que eu não queria sair do palco depois de cantar com o Justin. Era uma sensação incrível que eu poderia sentir para o resto da minha vida. Mas depois de tanto tempo sem me dedicar tanto a música, depois de mudar totalmente a minha vida e construir uma carreira, seria bem mais difícil dar o braço a torcer.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa o telefone em cima da mesa de Scooter começou a tocar. Ele suspirou e atendeu o telefone pacientemente, falando com alguém que ouvi se chamar Suzi. Depois de colocar o telefone no gancho, ele se levantou de sua cadeira e encarou Justin com um sorriso no rosto, que foi retribuído. Algo muito bom provavelmente havia acontecido.
Sem dizer muita coisa, Scooter saiu da sala com Justin em seu encalço, me puxando pela mão e me fazendo segui-los. Não preciso nem dizer o quão confusa eu estava, não é? Eu queria saber o que eles estavam aprontando e principalmente, pra onde estávamos indo.
Depois de andar um pouco pelo prédio, chegamos a uma sala onde havia uma moça alta e sorridente esperando pela gente. Assim que entrei, percebi que aquele lugar era um estúdio de gravação. Juntei as sobrancelhas tentando entender o que eu estava fazendo ali. O estúdio era grande e ali, havia uma mesa redonda onde a moça estava sentada antes de vir nos cumprimentar.
— Bianca, certo? - perguntou apertando minha mão firmemente. Sorri juntando as sobrancelhas, curiosa.
Eu: Sim, como sabe? - perguntei. Ela abriu um sorriso divertido.
— Eu ouvi falar bastante de você por aqui. - Scooter e Justin deram risada, me fazendo abrir um sorriso sem graça. - A propósito, sou Suzi.
Eu: É um prazer conhecê-la.
Scooter: Bom, agora que já se conhecem, vamos ao que interessa. - disse se sentando ao mesmo tempo em que fazíamos o mesmo. - E então, Suzi?
Suzi: Eu consegui. - disse entregando um documento para ele, que o analisou com cautela. Ao terminar de ler, sorriu. - Justin, quer contar as novidades? - Justin assentiu sorrindo e virou-se pra mim.
Justin: Há um tempo atrás eu compus uma música, mas como não servia pra mim eu acabei vendendo para a Hollywood Records com a intenção de que a Selena Gomez a usasse em seu novo álbum.
Eu: Tudo bem, não quero parecer grossa, mas o que isso tem a ver comigo? - perguntei vendo-o rir.
Justin: Eu ainda não acabei. Depois de conhecer você, Scooter fez de tudo pra comprá-la de volta, mas a gravadora estava bem decidida em ficar com a música. Mas depois de tanto esforço, conseguimos comprá-la. Pra você.
Eu simplesmente não sabia como reagir. A confiança de Scooter em mim havia despertado algo dentro de mim que eu não sabia como explicar. Antes mesmo que eu pudesse falar alguma coisa, senti uma única lágrima descer por minha bochecha, como demonstração dos vários sentimentos misturados que eu carregava dentro de mim naquele instante. Senti os braços de Justin ao redor do meu corpo, o que me fez sorrir como todos ali. Passei minha mão em minha bochecha a fim de limpar o rastro que a lágrima havia deixado, enquanto Scooter me encarava de uma forma que me fez sentir mais confortável.
Depois de receber a lista das músicas que eu deveria cantar para a abertura do show, eu comecei a gravar uma a uma, com a ajuda de Suzi e Scooter em relação as notas e entonações que cada palavra deveria ter. Justin estava ali, bem pertinho, vendo e me ajudando em tudo, já que ele tinha bem mais experiência que eu.
Passei as últimas quatro horas dentro daquele estúdio, mas sinceramente, eu poderia ficar o resto da minha vida ali dentro. Eu achava muito exagero quando Justin me dizia essas coisas, mas o conforto que aquele lugar proporciona é incrível, principalmente quando você faz algo que você gosta de verdade. Eu não posso negar que aquelas horas ali dentro me fez cogitar realmente seguir essa carreira. Principalmente depois do que Scooter me disse enquanto nos despedíamos.
Scooter: Você é uma garota muito talentosa, só não se dá crédito. Eu acredito firmemente que se você decidir assinar contrato com a Island, eu vou fazer de tudo para que você chegue no topo, porque eu sei que você consegue. Pensa bem nisso, tá?!
Dentro do carro, relembrando dessa frase, eu sentia um calafrio e cada um dos pelos presentes em meu corpo se eriçavam. Sem dúvida, era algo que eu poderia fazer sem nem pestanejar, mas era muito arriscado. Eu ainda tinha dúvidas do que Scooter havia falado sobre eu chegar ao topo e pensar nisso me fazia retroceder três passos. Era algo complicado demais pra mim.
Depois de entrar com o carro na garagem eu entrei no elevador e me permiti encarar o espelho. Meu semblante estava diferente de quando eu entrei aqui algumas horas atrás. Eu não estava com cara de zumbi cansado e nem nada parecido - como quando saí de casa. Muito pelo contrário.
O barulhinho do elevador chegando ao seu destino chamou minha atenção e arrumando a bolsa no ombro, saí de dentro daquele cubículo. Caminhei até a porta do meu apartamento já preparada para sentir Obelix se entrelaçando em minhas pernas e dizendo o quanto havia sentido minha falta, enquanto as duas visitantes tagarelas estivessem na varando olhanda o sol se pôr. Mas o que eu vi foi completamente inesperado.
Seus olhos verdes foram direcionados ao meu no mesmo instante em que pisei o pé dentro de casa, o que fez meu estômago revirar e surpresa. Ele não demonstrava qualquer emoção, ao contrário de mim. Eu provavelmente estava parecendo uma idiota o encarando daquele jeito. Percebendo isso, eu abaixei a cabeça e pigarreei baixinho, a fim de estabilizar minha voz.
Eu: Ahn, Harry? - ele se levantou de supetão, provavelmente por perceber o quão estranha era aquela situação. Pigarreei novamente.
Harry: Me desculpe, deve ser estranho me encontrar sozinho na sua casa uma hora dessas da noite. - ele veio aqui pra me ver? - Sua mãe me convidou pra jantar, mas teve que sair pra comprar algumas coisas para terminar o assado. Ela disse que não demorava. - não.
Eu: Tudo bem, obrigado.
Fechei a porta e joguei a chave dentro de um pequeno vaso que enfeitava um armário pequeno ao lado da porta, usando os próprios pés para me livrar dos sapatos. O silêncio ali era bastante incômodo e eu estava me segurando para não pular em seu pescoço de tanta saudade que eu sentia. Maldito orgulho.
Sem coragem para encará-lo, eu passei por ele e segui até as escadas, inalando o meu perfume favorito que vinha do corpo dele. Pisei no primeiro degrau e senti uma dor profunda atravessar o meu peito. Talvez fosse pela angústia de encontrá-lo na minha sala de estar e fingir que eu não estava sentindo falta dele ou, quem sabe, a dor de vê-lo fazer o mesmo. Eu odiava o fato de estarmos nos tratando com completos estranhos. O que havia acontecido com a gente?
Antes que pudesse pisar no segundo degrau e continuar até chegar no meu quarto, pude sentir o pelo macio de Obelix nas minhas pernas, o que me fez olhar para baixo e encontrar seus olhos azuis me encarando. Um miado. Agachei e ele apoiou suas patas dianteiras no meu joelho, me encarando agora mais de perto. Outro miado.
Eu: Você acha que eu deveria falar com ele?
"meow", foi o que recebi como resposta. Obelix pareceu arregalar um pouco seus olhos, repetindo o mesmo miado de segundos atrás. Ele parecia desesperado por algo. E então eu havia entendido o que ele queria ao olhar para o seu pratinho vazio perto da porta. Era patético querer que um gato me respondesse uma pergunta que nem mesmo eu sabia a resposta.
Deixei minha bolsa na escada e segui até a sala, com o gato preto em meu encalço. Peguei seu pratinho e o coloquei em cima do armário, enquanto os olhos de Obelix analisavam cada movimento meu. Abri uma das portas e peguei o pacote médio de ração, jogando um pouco dentro de seu prato e guardando o pacote logo depois. Coloquei o prato de Obelix no lugar e sem demora ele se direcionou até lá, enfiando o seu focinho dentro da ração até afundar. Ele sempre fazia isso.
Antes mesmo de me virar e seguir meu caminho anterior, eu ouvi uma gargalhada atrás de mim e me virei rapidamente, me deparando com um Harry deitado no sofá segurando algo em suas mãos, enquanto seus olhos fechados pressionavam-se, em sinal de que algo muito engraçado havia passado por seus olhos.
Me aproximei e percebi que em sua mão eram duas fotos minhas bem antigas. Ao perceber quais fotos eram, eu as puxei de sua mão tentando não rir da situação. Isso fez com que ele parasse de rir por alguns segundos, logo voltando para a sua seção de gargalhadas. Eu não podia negar, o constrangimento era bem claro naquelas fotos, mas eu não poderia não sentir vontade de rir.
Eu: Não tem graça alguma! - falei tentando não rir, enquanto Harry ainda se concentrava em sua gargalhada.
Harry: Desculpa, eu... - ele nem conseguia falar!
Me lembro que na época das fotos eu estava na fazenda dos meus avós, no interior da Bahia. Eles criavam vários animais e eu achava interessante ficar os observando e muitas vezes, até brincava com eles. Ao me ver olhando os porcos, meu pai resolveu tirar uma foto minha ali perto do chiqueiro, que por algum motivo não era cercado. Feliz e animada com a situação, eu fiz a pose para tirar a foto, mas meu pai não estava conseguindo focar, então pediu para que eu desse um passo para trás. Como a lama ficava numa espécie de buraco raso, eu acabei perdendo o equilíbrio e caí na lama. E meu pai fotografou este momento maravilhoso na vida de uma criança. A segunda foto foi tirada em seguida: uma Bianca chorosa e banguela berrando, cheia de lama de porco.
Harry: Essa aqui não pode ser você! - disse assim que cessou sua crise.
Eu: E porque não? - falei me sentando ao seu lado no sofá, enquanto ele analisava a foto mais uma vez.
Harry: Você estava... Diferente. - disse, claramente se referindo ao meu peso.
Eu: Ah, qual é! - exclamei rindo - Qual é o seu preconceito?
Harry: Eu não me importaria se você fosse gordinha, mas se você não tivesse os dentes das frente nem morto eu ficaria com você!
E o resto da noite se passou desse jeito. Nós dois vimos mais algumas fotos e no meio de tantas risadas e conversas, acabamos nos ajeitando. Depois que minha mãe e tia Cecília chegaram, nós jantamos e ficamos conversando até que as duas decidiram dormir. Mas nós dois permanecemos ali, matando a saudade um do outro e começando tudo de novo.
A pergunta na verdade era essa: se eu decidisse seguir esse ramo na música, será que eu conseguiria ser pelo menos metade do que elas são ou foram? Aí é que está. Minha consciência gritava que não, mas meu coração continua queimando por isso. Eu estava completamente confusa, não sabia o que pensar ou o que fazer. Era como estar numa arena pronta para lutar pela minha sobrevivência contra um leão faminto.
Voltei a realidade quando ouvi três batidas na porta do escritório e logo depois uma cabeça loira aparecer ali, fazendo com que Scooter se levantasse e fosse cumprimentá-lo de um jeito que homens fazem normalmente. Depois de largar o seu empresário, Justin abriu os braços em minha direção e eu me levantei, me lançando em seus braços e sentindo-os apertar o meu corpo contra o seu, logo depois de um pequeno afago no cabelo. Ele me soltou com um sorriso.
Justin: Como estão as coisas por aqui? - perguntou se sentando na cadeira ao meu lado, ficando de frente para Scooter assim como eu.
Scooter: Nossa conversa está sendo bastante produtiva, não é mesmo? - ele perguntou me encarando ironicamente, deixando escapar um riso curto.
Eu: Me desculpe, eu realmente queria parecer mais animada com toda essa coisa, mas é que estar no escritório de uma gravadora não me traz lembranças boas, entende? - era óbvio que Scooter não havia entendido nada. Ele me encarou curioso, enquanto Justin se virou pra mim com um sorriso e sua mão sobre a minha, apertando-a de leve, como se quisesse passar tranquilidade.
Justin: Não há com o que se preocupar, Bê.
Scooter: Me desculpe, eu estou um pouco confuso... - ao ouvir essa frase de Scooter, pedi para que Justin contasse a ele tudo o que aconteceu há alguns anos atrás. Ele o fez.
E pela primeira vez na vida, ao ouvir aquela velha história não me senti culpada. Por algum motivo eu senti que aquilo tudo não foi por incompetência minha. Talvez aquele não fosse o momento de seguir a vida como cantora, afinal eu era muito nova e imatura demais para suportar todas as coisas que esse trabalho exige. E Justin tinha toda a razão no que ele havia me dito minutos atrás. Minha vida toda mudou e eu, em especial.
Scooter: Sabe o que mais me intriga nesta história toda? Saber que você desistiu tão fácil assim. Você é uma garota muito talentosa, porque não dá uma chance a si mesma? - eu suspirei. Fiz isso porque eu não sabia a resposta.
Eu: Eu gostaria de poder fazer isso Scooter, mas eu amo a minha carreira na moda e ser cantora está completamente fora dos meus planos agora.
Scooter: Então porque você aceitou abrir os shows do Justin aqui em Londres?
Justin: Eu sei por que. - respondeu, chamando nossa atenção - Você aceitou meu convite porque ama cantar. Eu percebi isso enquanto cantávamos juntos lá na Califórnia.
Apesar de nunca ter contado, ele sabia que cantar era uma parte muito importante da minha vida. Era inegável que cantar me fazia um bem danado, tanto que eu não queria sair do palco depois de cantar com o Justin. Era uma sensação incrível que eu poderia sentir para o resto da minha vida. Mas depois de tanto tempo sem me dedicar tanto a música, depois de mudar totalmente a minha vida e construir uma carreira, seria bem mais difícil dar o braço a torcer.
Antes que eu pudesse dizer alguma coisa o telefone em cima da mesa de Scooter começou a tocar. Ele suspirou e atendeu o telefone pacientemente, falando com alguém que ouvi se chamar Suzi. Depois de colocar o telefone no gancho, ele se levantou de sua cadeira e encarou Justin com um sorriso no rosto, que foi retribuído. Algo muito bom provavelmente havia acontecido.
Sem dizer muita coisa, Scooter saiu da sala com Justin em seu encalço, me puxando pela mão e me fazendo segui-los. Não preciso nem dizer o quão confusa eu estava, não é? Eu queria saber o que eles estavam aprontando e principalmente, pra onde estávamos indo.
Depois de andar um pouco pelo prédio, chegamos a uma sala onde havia uma moça alta e sorridente esperando pela gente. Assim que entrei, percebi que aquele lugar era um estúdio de gravação. Juntei as sobrancelhas tentando entender o que eu estava fazendo ali. O estúdio era grande e ali, havia uma mesa redonda onde a moça estava sentada antes de vir nos cumprimentar.
— Bianca, certo? - perguntou apertando minha mão firmemente. Sorri juntando as sobrancelhas, curiosa.
Eu: Sim, como sabe? - perguntei. Ela abriu um sorriso divertido.
— Eu ouvi falar bastante de você por aqui. - Scooter e Justin deram risada, me fazendo abrir um sorriso sem graça. - A propósito, sou Suzi.
Eu: É um prazer conhecê-la.
Scooter: Bom, agora que já se conhecem, vamos ao que interessa. - disse se sentando ao mesmo tempo em que fazíamos o mesmo. - E então, Suzi?
Suzi: Eu consegui. - disse entregando um documento para ele, que o analisou com cautela. Ao terminar de ler, sorriu. - Justin, quer contar as novidades? - Justin assentiu sorrindo e virou-se pra mim.
Justin: Há um tempo atrás eu compus uma música, mas como não servia pra mim eu acabei vendendo para a Hollywood Records com a intenção de que a Selena Gomez a usasse em seu novo álbum.
Eu: Tudo bem, não quero parecer grossa, mas o que isso tem a ver comigo? - perguntei vendo-o rir.
Justin: Eu ainda não acabei. Depois de conhecer você, Scooter fez de tudo pra comprá-la de volta, mas a gravadora estava bem decidida em ficar com a música. Mas depois de tanto esforço, conseguimos comprá-la. Pra você.
Eu simplesmente não sabia como reagir. A confiança de Scooter em mim havia despertado algo dentro de mim que eu não sabia como explicar. Antes mesmo que eu pudesse falar alguma coisa, senti uma única lágrima descer por minha bochecha, como demonstração dos vários sentimentos misturados que eu carregava dentro de mim naquele instante. Senti os braços de Justin ao redor do meu corpo, o que me fez sorrir como todos ali. Passei minha mão em minha bochecha a fim de limpar o rastro que a lágrima havia deixado, enquanto Scooter me encarava de uma forma que me fez sentir mais confortável.
Depois de receber a lista das músicas que eu deveria cantar para a abertura do show, eu comecei a gravar uma a uma, com a ajuda de Suzi e Scooter em relação as notas e entonações que cada palavra deveria ter. Justin estava ali, bem pertinho, vendo e me ajudando em tudo, já que ele tinha bem mais experiência que eu.
Passei as últimas quatro horas dentro daquele estúdio, mas sinceramente, eu poderia ficar o resto da minha vida ali dentro. Eu achava muito exagero quando Justin me dizia essas coisas, mas o conforto que aquele lugar proporciona é incrível, principalmente quando você faz algo que você gosta de verdade. Eu não posso negar que aquelas horas ali dentro me fez cogitar realmente seguir essa carreira. Principalmente depois do que Scooter me disse enquanto nos despedíamos.
Scooter: Você é uma garota muito talentosa, só não se dá crédito. Eu acredito firmemente que se você decidir assinar contrato com a Island, eu vou fazer de tudo para que você chegue no topo, porque eu sei que você consegue. Pensa bem nisso, tá?!
Dentro do carro, relembrando dessa frase, eu sentia um calafrio e cada um dos pelos presentes em meu corpo se eriçavam. Sem dúvida, era algo que eu poderia fazer sem nem pestanejar, mas era muito arriscado. Eu ainda tinha dúvidas do que Scooter havia falado sobre eu chegar ao topo e pensar nisso me fazia retroceder três passos. Era algo complicado demais pra mim.
Depois de entrar com o carro na garagem eu entrei no elevador e me permiti encarar o espelho. Meu semblante estava diferente de quando eu entrei aqui algumas horas atrás. Eu não estava com cara de zumbi cansado e nem nada parecido - como quando saí de casa. Muito pelo contrário.
O barulhinho do elevador chegando ao seu destino chamou minha atenção e arrumando a bolsa no ombro, saí de dentro daquele cubículo. Caminhei até a porta do meu apartamento já preparada para sentir Obelix se entrelaçando em minhas pernas e dizendo o quanto havia sentido minha falta, enquanto as duas visitantes tagarelas estivessem na varando olhanda o sol se pôr. Mas o que eu vi foi completamente inesperado.
Seus olhos verdes foram direcionados ao meu no mesmo instante em que pisei o pé dentro de casa, o que fez meu estômago revirar e surpresa. Ele não demonstrava qualquer emoção, ao contrário de mim. Eu provavelmente estava parecendo uma idiota o encarando daquele jeito. Percebendo isso, eu abaixei a cabeça e pigarreei baixinho, a fim de estabilizar minha voz.
Eu: Ahn, Harry? - ele se levantou de supetão, provavelmente por perceber o quão estranha era aquela situação. Pigarreei novamente.
Harry: Me desculpe, deve ser estranho me encontrar sozinho na sua casa uma hora dessas da noite. - ele veio aqui pra me ver? - Sua mãe me convidou pra jantar, mas teve que sair pra comprar algumas coisas para terminar o assado. Ela disse que não demorava. - não.
Eu: Tudo bem, obrigado.
Fechei a porta e joguei a chave dentro de um pequeno vaso que enfeitava um armário pequeno ao lado da porta, usando os próprios pés para me livrar dos sapatos. O silêncio ali era bastante incômodo e eu estava me segurando para não pular em seu pescoço de tanta saudade que eu sentia. Maldito orgulho.
Sem coragem para encará-lo, eu passei por ele e segui até as escadas, inalando o meu perfume favorito que vinha do corpo dele. Pisei no primeiro degrau e senti uma dor profunda atravessar o meu peito. Talvez fosse pela angústia de encontrá-lo na minha sala de estar e fingir que eu não estava sentindo falta dele ou, quem sabe, a dor de vê-lo fazer o mesmo. Eu odiava o fato de estarmos nos tratando com completos estranhos. O que havia acontecido com a gente?
Antes que pudesse pisar no segundo degrau e continuar até chegar no meu quarto, pude sentir o pelo macio de Obelix nas minhas pernas, o que me fez olhar para baixo e encontrar seus olhos azuis me encarando. Um miado. Agachei e ele apoiou suas patas dianteiras no meu joelho, me encarando agora mais de perto. Outro miado.
Eu: Você acha que eu deveria falar com ele?
"meow", foi o que recebi como resposta. Obelix pareceu arregalar um pouco seus olhos, repetindo o mesmo miado de segundos atrás. Ele parecia desesperado por algo. E então eu havia entendido o que ele queria ao olhar para o seu pratinho vazio perto da porta. Era patético querer que um gato me respondesse uma pergunta que nem mesmo eu sabia a resposta.
Deixei minha bolsa na escada e segui até a sala, com o gato preto em meu encalço. Peguei seu pratinho e o coloquei em cima do armário, enquanto os olhos de Obelix analisavam cada movimento meu. Abri uma das portas e peguei o pacote médio de ração, jogando um pouco dentro de seu prato e guardando o pacote logo depois. Coloquei o prato de Obelix no lugar e sem demora ele se direcionou até lá, enfiando o seu focinho dentro da ração até afundar. Ele sempre fazia isso.
Antes mesmo de me virar e seguir meu caminho anterior, eu ouvi uma gargalhada atrás de mim e me virei rapidamente, me deparando com um Harry deitado no sofá segurando algo em suas mãos, enquanto seus olhos fechados pressionavam-se, em sinal de que algo muito engraçado havia passado por seus olhos.
Me aproximei e percebi que em sua mão eram duas fotos minhas bem antigas. Ao perceber quais fotos eram, eu as puxei de sua mão tentando não rir da situação. Isso fez com que ele parasse de rir por alguns segundos, logo voltando para a sua seção de gargalhadas. Eu não podia negar, o constrangimento era bem claro naquelas fotos, mas eu não poderia não sentir vontade de rir.
Eu: Não tem graça alguma! - falei tentando não rir, enquanto Harry ainda se concentrava em sua gargalhada.
Harry: Desculpa, eu... - ele nem conseguia falar!
Me lembro que na época das fotos eu estava na fazenda dos meus avós, no interior da Bahia. Eles criavam vários animais e eu achava interessante ficar os observando e muitas vezes, até brincava com eles. Ao me ver olhando os porcos, meu pai resolveu tirar uma foto minha ali perto do chiqueiro, que por algum motivo não era cercado. Feliz e animada com a situação, eu fiz a pose para tirar a foto, mas meu pai não estava conseguindo focar, então pediu para que eu desse um passo para trás. Como a lama ficava numa espécie de buraco raso, eu acabei perdendo o equilíbrio e caí na lama. E meu pai fotografou este momento maravilhoso na vida de uma criança. A segunda foto foi tirada em seguida: uma Bianca chorosa e banguela berrando, cheia de lama de porco.
Harry: Essa aqui não pode ser você! - disse assim que cessou sua crise.
Eu: E porque não? - falei me sentando ao seu lado no sofá, enquanto ele analisava a foto mais uma vez.
Harry: Você estava... Diferente. - disse, claramente se referindo ao meu peso.
Eu: Ah, qual é! - exclamei rindo - Qual é o seu preconceito?
Harry: Eu não me importaria se você fosse gordinha, mas se você não tivesse os dentes das frente nem morto eu ficaria com você!
E o resto da noite se passou desse jeito. Nós dois vimos mais algumas fotos e no meio de tantas risadas e conversas, acabamos nos ajeitando. Depois que minha mãe e tia Cecília chegaram, nós jantamos e ficamos conversando até que as duas decidiram dormir. Mas nós dois permanecemos ali, matando a saudade um do outro e começando tudo de novo.
HELLO!
Eu particularmente gostei desse capítulo, principalmente a parte onde o casal acaba se reconciliando sem ao menos perceber. Fofos, não? Tem mais romance pra vocês. Espero que tenham gostado e se sim, comentem. Comentem se não gostaram também, é importante do mesmo jeito. Fiquem com Deus xoxo
Adorei o capitulo pri cipalmente na parte de harry e bianca ���� sao tao fofos
ResponderExcluirContinua ��
Fofa é você! Fico feliz por ter gostado do capítulo amor e vou continuar sim, posto hoje mesmo xoxo
ExcluirUhuuuul o momento q eu mais esperava aconteceu �� finalmente continua flr
ResponderExcluirHAHAHAHA que linda ♥ Vou continuar amor, pode deixar xoxo
ExcluirAaawn perfeito como sempre ♡♡♡♡♡
ResponderExcluirVocê não tem noção de como eu shippo Barry hahahhaha super fofos.
Bianca virando cantora profissional vai ser muito incrível ♡
Ah, que amor você! hahahahaha É muito bom saber que gosta do que lê, viu?! Agradeço meu anjinho ♥ xoxo
ExcluirReconciliaram finalmente ���� essa fic minha preferida ������ continua
ResponderExcluirAgradeço pelo carinho amor ♥ fico feliz em saber que realmente gostas da minha fanfic! Vou postar hoje, tá?! xoxo
ExcluirNao só gosto da fic como gosto da escritora ��✨ love u haha
ResponderExcluirAW, QUE AMOR ♥ Socorro, que coisa mais linda de se ler meu Deus! Fico feliz em saber disso amor, de verdade, THANK YOU! xoxo
ExcluirQuando vai continuar amr?
ResponderExcluirEstou esperando okay? ��
Continua
Vou postar hoje, agora mesmo. Não tive muito tempo durante o dia, então agora é hora! hahaha Agradeço pela paciência de esperar amor ♥ xoxo
ExcluirAssim eu queria saber oque vc faz pra deixar essa fanfic tão perfeita u.u
ResponderExcluirEssa é uma pergunta difícil de responder, quer dizer, eu não sei hahahahaha Fico feliz por ter gostado do capítulo amor, você é uma fofa! xoxo
Excluir