United States - CALIFORNIA
Leticia Dassi
O clima pesou e a consciência também. Me senti mal por ter dito a ele o que eu disse e eu queria pedir desculpas, abraçá-lo e chorar ali, receber seu carinho e compreensão, mesmo contra sua vontade. Mas o orgulho falava mais alto. O orgulho impediu que eu fizesse qualquer coisa que indicasse arrependimento, nem mesmo uma palavra. Então ficamos encarando um ao outro, deixando que o único som audível ali fosse nossa respiração, que era pesada e lenta. Niall me surpreendeu ao soltar meu braço com ignorância. Ele suspirou e passou as mãos por seu cabelo tingido de loiro, enquanto seus olhos se apertavam. Eu estava estática, sem saber o que fazer ou pensar naquele momento.
Niall: Eu, como se amigo, estou tentando te alertar. - disse quebrando o silêncio - Mas se você quer acabar com sua vida, jogar ela no lixo, vá em frente. Continua vomitando toda a porcaria que você engole e não vai demorar até você ir parar á sete palmos abaixo do chão.
Eu: Como você é insensível, Niall. - eu sentia a raiva aparecer novamente, mas me controlei, tentando colocar pra fora o que eu sempre quis dizer - É fácil falar, não é? Porque não é de você que cobram por cada caloria que você consome. Não é você que é criticado todos os dias. Não é você que recebe olhares e comentários ridículos sobre o seu peso e sobre sua aparência. Você não pode cobrar nada de mim, porque você não sabe. Você não entende.
A esse ponto eu já estava completamente molhada por lágrimas e minha voz quase nem existia mais. Eu não aguentava mais ter que guardar isso, eu precisava colocar para fora e sinceramente eu estava me sentindo aliviada. Ele me encarava, com as sobrancelhas juntas e um semblante triste.
Niall: Fazer o que você está fazendo não é a saída para isso, Leticia. - disse se aproximando - Você está fazendo isso do jeito errado. Você está se matando aos poucos sem perceber.
Saí da cozinha sem lhe dar resposta. Eu estava realmente cansada de discutir esse assunto com ele, então passei rapidamente pela sala, onde todos estavam reunidos a espera de Niall e eu. Subi as escadas de dois em dois degraus e assim que cheguei ao segundo andar, entrei em meu quarto e tranquei a porta, lançando meu corpo sobre a cama bagunçada que parecia já estar a minha espera. E ali eu chorei. Eu estava magoada, porque estava confusa e porque eu sabia que Niall tinha razão.
Por mais difícil que seja admitir isso, eu sabia que estava doente, sabia que estava dependente da Bulimia e que isso poderia me matar. Mas era tarde demais. Por vezes eu tentei segurar a vontade de ir ao banheiro depois do almoço ou da janta, mas isso é muito mais forte que eu. Quando percebo, já estou debruçada no vaso sanitário, deixando tudo o que foi consumido sair de dentro de mim. E no final eu sempre choro.
Choro porque me sinto fraca, me sinto dependente e controlada. Eu queria poder voltar no tempo e mudar tudo a partir desse momento. Depois que comecei a controlar minha alimentação de modo exagerado, minha vida se tornou um completo inferno. Meus olhos eram maiores que minha fome e minha doença maior que eu. Eu só queria poder voltar a comer sem pensar no que eu terei que passar depois.
UM POUCO MAIS TARDE...
"Toc-toc-toc!"
— Leca?
"Toc-toc-toc!"
— Leca?
"Toc-toc-toc!"
— Leca?
Sorri ao ouvir a voz de Liam atrás da porta, imitando a voz de Sheldon Cooper — meu personagem favorito de minha série favorita, ao bater a porta de sua vizinha Penny. Eu sabia porque ele estava ali e eu já tinha uma boa desculpa em mente pra poder ficar sozinha. Por mais que um passeio de barco nesse dia ensolarado fizesse bem pra mim, eu queria mesmo ficar sozinha, coisa que eu não conseguia fazer desde que conheci os meninos. Sim, isso é sério.
Ao abrir a porta, me deparei com o sorriso largo de Payne, o que imediatamente me fez sorrir. Sem dizer nada, ele entrou no quarto e depois de fechar a porta, me tomou em seus braços, fazendo-os rodear ao redor da minha cintura, num abraço apertado e carinhoso. Eu apenas me permiti fechar os olhos e deixar que meus braços fizessem o mesmo que os dele em mim, mas os colocando em volta de seu pescoço.
Um abraço de meu melhor amigo era o que eu mais precisava neste momento. Eu precisava de seus braços em volta do meu corpo, me dizendo que eu estava segura ali, que nada iria acontecer, que eu poderia ficar tranquila. Eu já sabia disso, mas neste momento isso ficou ainda mais claro. Segurei a vontade de chorar e sorri ao sentir Liam tirando seus braços de mim e dirigir seus lábios até a minha testa, onde deixou uma pequena demonstração de carinho. Ele sorriu.
Liam: Está tudo bem por aqui? - perguntou e eu assenti.
Eu: Sim, só fiquei um pouco enjoada. Acho que comi demais. - eu estava me sentindo culpada em mentir pra ele.
Liam: Mas você quase nem tocou na comida. - disse juntando as sobrancelhas. Inventa alguma coisa Leticia, anda...
Eu: Eu já não estava muito bem desde cedo. Acho que é esse calor.
Liam: Estranho ouvir isso sair da boca de uma brasileira. - disse me fazendo rir junto com ele - Então você não vai sair com a gente? - perguntou fazendo um biquinho fofo. Eu sorri com aquilo.
Eu: Não, prefiro ficar em casa. - respondi - Convenhamos que vomitar no mar não é a melhor forma de demonstrar amor pelo meio-ambiente. - falei e ele assentiu rindo.
Liam: Bom, neste caso eu vou ficar pra cuidar de você. - disse e imediatamente eu balancei a cabeça negativamente.
Eu: Nem pensar, Liam. Não vou deixar você perder esse passeio por minha causa. Eu já sou bem grandinha, posso cuidar de mim mesma.
Liam: Tem certeza? - perguntou naquele típico tom paternal, o que me fez sorrir.
Eu: Sim, pode ir tranquilo. - dito isso, vi as sobrancelhas de Liam juntarem-se novamente, em sinal de preocupação ou desconfiança.
Liam: Leca, tem certeza mesmo? - perguntou - Não me sinto muito bem em ter que deixar você aqui neste estado e além do mais...
Eu: Liam, vai ficar tudo bem, okay? - ele suspirou - Se quiser 'cê leva o celular e qualquer coisa eu te ligo, ou pra qualquer um dos meninos. Pode ser? - ainda um tanto contrariado, Liam assentiu.
Liam: Promete ligar? - eu assenti - Okay, então eu vou indo.
Dito isso, Payne depositou um beijo em minha bochecha e depois de mais um abraço apertado, saiu fechando a porta com um sorriso fofo no rosto. Assim que o baque da porta se fez audível, me joguei na cama, torcendo pra que Liam tenha mesmo acreditado nessa de eu ter passado mal etc. Ele era esperto, mas acho que fiz tudo certo.
HORAS DEPOIS...
Chuveiro. O barulho dele fez com que eu abrisse os olhos e estranhasse o fato de ele estar ligado e alguém estar cantando no banheiro, uma vez que eu estou sozinha em casa — ou deveria estar. Tirei o livro aberto do meu rosto e estranhei o fato de eu ter marcado um trecho dele, já que sou uma pessoa que luta pela preservação da beleza de livros. Nada de canetas ou marcadores. Nem lápis, nada. Mas dessa vez eu o fiz. Ao fechá-lo, me lembrei de ter pegado-o do criado mudo de Bianca, depois que todos saíram. "A Menina que Roubava Livros". Eu li alguns trechos dele, mas já estava ficando meio entediada, já Bianca... Acho que é a sétima vez que ela lê esse livro, sem brincadeira.
Assim que me sentei na cama, prendi meus cabelos com um palito que usei para limpar os restos de esmalte ontem e passei meus pés pelo chão a procura de meu chinelo, enquanto eu me espreguiçava e bocejava. No meu celular a hora marcada era quatro e quinze, o que meu deu uma certa disposição, já que de certa forma ainda era cedo.
Ajeitei meu sutiã (me movimento demais enquanto durmo) e abri a porta do quarto no mesmo instante em que a pessoa que estava no banheiro saiu... Apenas de toalha. Quem era? Uma dica: ele tem um coração maravilhoso tatuado no quadril. Digamos que naquele momento eu perdi a fala. Na verdade, qualquer pessoa que estivesse frente a frente com Zayn Malik com uma toalha enrolada na cintura, os cabelos negros molhados e bagunçados de um jeito sexy e os lábios entreabertos não ficaria melhor que eu. Mas sua risada não me permitiu permanecer daquele jeito.
Zayn: Aconteceu alguma coisa, Leticia? - ele questionou, deixando uma gota de ironia pingar de seus lábios. Pigarreei.
Eu: Eu é que pergunto. - eu estava tentando voltar minha atenção para outra coisa, mas estava difícil. - Eu pensei que você estivesse com o pessoal.
Zayn: Bom, eu não sou muito fã de praia, então eu resolvi sair pra dar uma olhada na cidade.
Eu: E não foi atacado por nenhuma fã? - perguntei estranhando, já que sempre que One Direction põe o pé para fora de casa tem um rebanho de fãs atrás deles, loucas por um pedaço da pele deles, autógrafo nos seios e coisas do tipo. Estou exagerando, eu sei.
Zayn: Não, a cidade é pequena, não é muita gente que nos conhece por aqui. Consegui andar com meus próprios pés. - falou e eu ri um pouco, ainda constrangida com a sua falta de roupa.
Eu: Bom, vou descer para comer alguma coisa.
Zayn: E eu vou me vestir.
"POR FAVOR!", foi o que minha consciência gritou assim que me dei conta do que ele havia dito. Vê-lo daquele jeito estava começando a ser uma tortura pra mim, como aquelas dos filmes Jogos Mortais. Desci rapidamente as escadas, me lembrando do que havia dito a ele. O fato de pensar em comer me levava para uma outra dimensão e fez com que eu me sentisse culpada pela briga de hoje mais cedo. Balancei a cabeça afastando aqueles pensamentos, enquanto eu caminhava em direção a cozinha e voltar minutos depois mastigando uma barra de cereal.
Alguns minutos depois de ligar a TV e vasculhar os canais a procura de algo descente para assistir, vi Zayn descer as escadas (vestido para o bem da minha sanidade) com o skate na mão, que logo foi colocado perto da porta. Acompanhei seus passos com os olhos, enquanto ele foi em direção a cozinha, abrindo armário por armário, encontrando um sanduíche na geladeira assim que abriu a mesma. Ele o observou de todos os ângulos possíveis, dando os ombros antes de morder o sanduíche. Eu ri, balançando minha cabeça negativamente. Ele veio pra sala e se jogou no sofá ao meu lado.
Zayn: 'Tem nada passando, né? - ele perguntou e eu neguei.
Eu: É sempre assim, até já me acostumei. - revirei os olhos diante daquela situação. E era a mais pura verdade. A qualidade da TV hoje em dia está ao nível da linha de esgoto da minha casa.
Zayn: Bom, eu estava pensando em dar uma volta de skate por aí, que tal vir comigo? - o encarei - É melhor do que ficar aqui.
Eu: Dois minutos para calçar meu tênis!
Exclamei antes de me levantar e subir as escadas de dois em dois degraus, me jogando dentro do quarto em seguida. Peguei meu all star vermelho de cano médio que estava jogando no chão do quarto e os calcei rapidamente, saindo do quarto e indo ao de Louis, para sequestrar o skate dele. Desci as escadas e encontrei Malik na porta, com os olhos pregados em seu relógio de pulso. Espera...
Zayn: Um minuto e quarenta e sete segundos.
Eu: Você estava mesmo contando? - perguntei incrédula, vendo-o rir.
Zayn: Sim, eu estava. - afirmou - Vamos?
UM TEMPO DEPOIS...
Eu ria. Ria não, gargalhava. Nunca pensei que assistir Zayn Malik tentando fazer manobras com seu skate no meio da rua seria tão engraçado. E o pior de tudo é que até algumas horas atrás eu sentia vontade de arrancar o pescoço dele fora por ter arruinado meu encontro com Justin. Mas até que foi bom porque sozinhos conseguimos relembrar coisas que fazíamos assim que nos conhecemos, piadas internas e coisas do tipo. Era bom estar com ele ali.
Mas ao mesmo tempo, pensar nisso me fazia lembrar que eu tinha que perguntar a ele porque diabos ele fez tudo aquilo. Digamos que ele não pareceu o melhor amigo da vida ao fazer aquela idiotice. Aquilo começou a corroer o meu cérebro e o mesmo me obrigava a questioná-lo e eu decidi que eu iria fazê-lo.
O sol já estava começando a se pôr no momento em que Zayn sentou-se na calçada ao meu lado, olhando em direção ao sol, que já começava a refletir na água do mar criando aquele efeito digno de fotografia. E minha máquina está lá em cima, droga.
Zayn: No que você está pensando? - ele perguntou, fazendo com que eu desviasse meus olhos do sol e o encarasse.
Eu: Eu estava pensando que eu poderia tirar uma foto dessa vista, mas minha câmera ficou lá em cima. - falei e ele concordou. Eu hesitei, mas suspirei e decidi falar. - Eu também estava pensando em outra coisa.
Zayn: Sobre hoje no almoço. - ele afirmou e eu suspirei, percebendo que eu não fui a única a me incomodar com essa assunto.
Eu: Ciúmes? - questionei voltando a olhar para o sol, que se escondia aos poucos atrás do mar. Ele suspirou.
Zayn: Um tipo de aviso. - o encarei com as sobrancelhas juntas.
Eu: Aviso? - perguntei confusa - Aviso de que?
Zayn: Talvez você ainda não tenha percebido, mas esse seu lance com o Justin não vai passar disso: um lance.
Eu: Eu não acredito que estou ouvindo isso, Zayn. - falei incrédula voltando meu corpo para poder encará-lo melhor.
Zayn: Você está tão cega de amor por ele que se quer percebe que isso tudo não vai passar de diversão. - disse fazendo toda aquela raiva que senti dele hoje mais cedo voltar - Acho que se ele quisesse algo sério com você ele não iria ficar se escondendo pelos cantos pra poder beijar você ou não se importaria de segurar sua mão na frente de outras pessoas.
Eu não queria, mas tinha que concordar com o que ele havia dito. Desde aquele dia na praia, Justin e eu ficamos bem próximos, porém beijos e afins só aconteciam quando estávamos sozinhos e eu nunca entendi o porque. Ele disse que o que nós tínhamos deveria ficar em segredo e eu apenas concordei, já que naquele momento eu estava ocupada demais deixando marcas em seu pescoço. Até então, nunca pensei nisso direito, porém não iria deixar Zayn perceber.
Eu: Então tudo aquilo foi uma tentativa de sabotar meu relacionamento com ele? - eu me levantei rindo irônica - Eu não quero acreditar!
Zayn: Não se trata de querer sabotar o seu "relacionamento" e sim um cuidado. Não quero ver você machucada por causa daquele idiota. - ele disse se levantando irritado - Você está completamente entregue a ele!
Eu: Você não me pensou se machucaria ou não antes de agarrar aquela loira peituda naquela maldita festa! - exclamei - Adivinha quem cuidou de mim depois daquele dia? EXATAMENTE!
Zayn: Você não foi a única que saiu machucada dessa história toda, Leticia. - ele respondeu - Você acha que só porque sou homem eu tenho coração de pedra? Eu simplesmente não consigo suportar o fato de que você prefere ficar com alguém que não dá a mínima para o que você sente, que faz de você um segredo, enquanto eu estou aqui, cheio de amor pra dar. - ele pausou, fechando os olhos fortemente, suspirando e se acalmando. - Certa vez eu ouvi que amar não significa estar junto, mas sim querer ver a pessoa feliz, mesmo que isso custe a sua felicidade. E é isso que estou fazendo agora. Vou deixar você viver a sua vida e viver a minha.
“No começo, Liesel não conseguiu dizer nada. Talvez fosse a súbita turbulência do amor que sentiu por ele. Ou será que sempre o tinha amado? Era provável. Impedida como estava de falar, desejou que ele a beijasse. Quis que ele arrastasse sua mão e a puxasse para si. Não importava onde a beijasse. Na boca, no pescoço, na face. Sua pele estava vazia para o beijo, esperando. Anos antes, quando os dois haviam apostado corrida num campo lamacento, Rudy era um conjunto de ossos montados às pressas, com um riso irregular e hesitante. Sob o arvoredo, nessa tarde, era um doador de pão e ursinhos de pelúcia. Um tríplice campeão de atletismo da Juventude Hitlerista. Era seu melhor amigo.”
Naquele momento eu era Liesel Meminger, que esperava por um beijo que com certeza não aconteceria. Sabe aquela súbita turbulência de amor que ela sentiu por Rudy Steiner? Eu havia acabado de sentir. E minha pele estava exatamente como a dela. Mas havia uma exigência. Eu não queria que o beijo fosse no rosto, na testa ou em qualquer outro lugar que não fosse meus lábios. Mas não havia o que fazer. Ele estava machucado. Eu havia o machucado. E deixei a chance de um beijo ir embora assim como o sol.
HEYA!
Estou de volta com mais choro, mas brigas e mais corações despedaçados, tá bom assim? Bom, pelo jeito a vida de Leca só fica pior a cada dia e eu, sinceramente, não gostaria de estar na pele dela nos dias atuais. E eu gostaria de perguntar: eu fui a única que quase chorou de dó de Zayn? A coisa está saindo dos trilhos, mas eu prometo que a vocês que eu vou tentar deixar toda a tensão dessa casa melhor: mais Wesley Stromberg pra vocês. A frase que Zayn diz antes de fazer Leca ficar muda é do livro 'Querido John' de Nicholas Sparks, o único que seria capaz de escrever uma frase tão verdadeira e piegas ao mesmo tempo. Espero que tenham gostado desse capítulo tanto quanto eu. Fiquem com Deus xoxo
Socorro ♡♡♡ a história tá cada vez mais perfeita, e com situações de livros tá melhor ainda. Meu deus. Tá lindo hahahhah
ResponderExcluirAi, você é uma linda! ♥ Fiquei muito feliz em ler seu comentário e agradeço pelos elogios, é muito boa a sensação de ter alguém que goste assim do que você faz. Me inspira! xoxo
ExcluirEu quero bianca e harry♥
ResponderExcluirContinua
TERÁS! xoxo
ExcluirPq vc ñ postou ainda to morrendo de curiosidade <3
ResponderExcluirVou postar hoje pra acabar com essa sua curiosidade, certo? ♥ xoxo
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