Chasing Dreams - Capítulo Dezessete

United Kingdom - LONDON

Bianca's Voice

Cinco minutos depois que Leca saiu do quarto, Niall saiu dizendo que iria ao banheiro também. Mas quem esse irlandês pensa que eu sou? Eu sei bem o que ele foi fazer. Provavelmente foi filar a geladeira atrás de comida ou algo para beber, já que estava reclamando de sede. E a conclusão disso tudo: Eu fiquei sozinha com cinco retardados. 

Zayn: "Estou ouvindo uma voz diferente. Tem alguém aí com vocês?" - leu e Liam deu uma risada curta assentindo.

Liam: Sim, duas amigas estão aqui com a gente e...

Eu: Não se preocupem, eu estou completamente vestida! - gritei para que pudessem ouvir e os meninos deram risada.

Louis: Ela não é uma prostituta... Não que eu saiba. - disse gargalhando.

Eu: HEY! - protestei jogando meu sapato nele que desviou assustado. - Você tá muito engraçadinho hoje Tomlinson! - falei e ele deu um pulo da cama vindo correndo em minha direção.

Louis: Desculpa Bê, é que é engraçado ver sua cara de brava! - disse durante o abraço apertado, os beijos molhados na bochecha e os cafunés que me deixou completamente descabelada. 

Zayn: É legal irritar você! - disse e Harry riu concordando.

Eu: Eu sei que vocês gostam me irritar, mas é tudo amor reprimido. - falei empurrando Louis de volta para a cama. 

Harry: Quem sabe... - disse me encarando e eu senti meu corpo inteiro se arrepiar. O olhar dele foi meio... Estranho. 

"Dale a tu cuerpo alegria macarena, que tu cuerpo es pa' darle alegria cosa buena, dale a tu cuerpo alegria macarena, HEEEEY macarena.." Meu celular berrava do chão e eu rapidamente o peguei, me arrependendo assim que apertei o botão "Aceitar Chamada". Nunca pensei que tivesse amigos tão, mas tão infantis.

— AÊ, PASSA A MACONHA! 

— VEM CÁ GOSTOSA!

— AMOR, VOLTA LOGO PRA CÁ! 

— Filha? Filha onde você está?

Eu: Mãe? - os gritos continuaram...

— Querida, que gritos são esses?

Eu: CALEM A BOCA IDIOTAS! - gritei e eles começaram a gargalhar. Saí do quarto ouvindo os gritos e as risadas dos idiotas que ficaram lá dentro. Desci para a cozinha e respirei aliviada pelo silêncio.

— Ah desculpa, eu estou atrapalhando sua festinha?

Eu: Mãe, eu não uso maconha...

— Mas se você usasse não teria problema nenhum. Eu também já usei durante os anos 80, sabe, eu era hippie...

Eu: Mãe, por favor me escuta! - ela se calou - Eu não uso nada disso tá? Eu estou na casa de um amigo, nada demais.

— Está usando camisinha, né?

Eu: MÃE! - a repreendi 

— Tá tudo bem bebê, não vou mais tocar nesse assunto se não quiser, mas só por precaução...

— Hey Bê?! - ouvi a voz da mãe de Leca e sorri.

Eu: Cecília! - respondi animada.

— Como estão as coisas aí meu anjo? 

Eu: Está tudo bem e aí no Brasil?

— CECÍLIA SAI DAQUI, EU QUERO CONVERSAR COM A MINHA FILHA! 

— PARA DE SER CIUMENTA DENISE! A Bê é como uma filha pra mim também!

— A sua filha se chama LETICIA!

Eu: Gente, está tudo bem aí? 

— Sim. - elas responderam em uníssono.

Deixe-me explicar: Denise (minha mãe) e Cecília (mãe da Leca) se conheceram na universidade e desde então não se desgrudaram mais. Tanto é que se casaram no mesmo dia e isso foi um problema, porque uma seria madrinha da outra, então o que aconteceu foi: Cecília se casou primeiro e de minha mãe foi madrinha. Duas horas depois minha mãe se casou e Cecília foi madrinha e a festa das duas foi junto.

Elas compraram suas respectivas casas no mesmo bairro, uma ao lado da outra, a única coisa que as separam é uma árvore onde Leca e eu costumava brincar quando pequenas. Elas são um pouco doidas, principalmente quando estão juntas, mas ao mesmo tempo são mulheres responsáveis e nos criaram com bastante firmeza. 

Nossos pais são amigos de longa data e são um pouco mais sérios, mas também gostam de fazer gracinha quando estão todos reunidos. O pai da Leca é um ex-sargento do exército e meu pai tem uma padaria francesa chamada Má-Cherie, que já têm filiais em vários estados brasileiros e alguns na França.

Voltando...

Eu: Tudo bem. - suspirei - Porque me ligaram? Ah, e não vem dizer que é saudade não, tá? Liguei pra vocês ontem...

— Ok vou falar, mas não sei se você irá gostar da ideia... - minha mãe disse e eu temi o que viria a seguir.

Eu: Tá pode falar.

— Nós estamos pensando em passar uma semana aí com vocês.

Eu: Hmm... Oi? Vocês aqui? Uma semana?

— Bê, é só uma semana... - disse Cecília.

Eu: Não sei...

— Filha, não nos vemos há três anos, estamos com saudades. Claro, não de falar com você, mas de estar com vocês sabe?

Eu: Tudo bem mãe. Eu vou conversar com Leca, ok?

— Ah, Leca com certeza irá gostar da ideia. - a mãe dela disse convicta.

Eu: Não sei não... - falei rindo - Vocês são malucas!

— Nossa essa é a imagem que você tem de nós? - Cecília perguntou.

Eu: Suas atitudes não dizem o contrário! - falei gargalhando abrindo a geladeira.

— Pensem com carinho tá? - minha mãe disse dengosa.

Eu: Tá mãe, prometo. - falei.

— Boa Noite querida!

— Nós amamos você.

Eu: Também amo vocês, boa noite. - falei e desliguei o celular em seguida.

Não me entenda mal. É claro que iria ser ótimo ver minha mãe e a tia Cecília depois de três anos, mas o problema é... Elas são o problema! Claro que como toda mãe elas são maravilhosas, responsáveis, dão ótimos conselhos e o melhor de tudo, são nossas melhores amigas, mas ás vezes elas se superam no quesito maluquice. Talvez elas pensem que ainda estão nos anos oitenta.

Coloquei meu celular em cima da bancada atrás de mim e peguei uma jarra de água na geladeira e coloquei num copo de vidro, na medida certa para matar minha sede. Coloquei a jarra no lugar e quando fui fechar a porta da geladeira, vi por cima da porta o cabelo de alguém que eu sabia muito bem quem era. Soltei uma risada.

Eu: Harry quero lhe informar se sua tentativa de me assustar falhou. - falei fechando a porta da geladeira ainda rindo. 

Harry: Droga! - disse rindo colocando a mão nos bolsos da calça, parecendo desconfortável - Eu vi que você estava conversando com sua mãe. - disse e eu me encostei a bancada.

Eu: É, eu estava. - virei um pouco o copo sobre meus lábios, deixando o liquido escorrer para dentro - Ela quer passar uma semana aqui com a mãe da Leca. - falei franzindo o cenho.

Harry: E isso não é bom? - perguntou.

Eu: Sim, mas o problema é que elas são completamente malucas, sabe? Quando elas estão juntas fazem coisas que eu não me lembro de ter feito em toda a minha vida, nem mesmo na época mais louca. Acho que elas empacaram nos anos oitenta, quando elas eram jovens e faziam o que queriam. Mas às vezes é engraçado ver elas assim, parecendo duas adolescentes, usando aquelas gírias ridículas achando que estão na "moda". "Chuchu beleza" "Supimpa", quem fala isso hoje em dia? E além disso tudo...

Antes que eu terminasse a frase, senti dois lábios pressionados contra os meus e uma mão quente segurando firme meu rosto, me deixando assustada. Meus olhos arregalados encaravam o rosto de Harry, que estava com um expressão intensa, seus olhos estavam fechados fortemente. Nossos lábios estavam fechados, apenas encostados um no outro. 

Eu estava no meio de uma luta interna, pois uma parte de mim queria continuar ali e dar inicio a um beijo de verdade e a outra parte queria simplesmente sair dali, com as bochechas vermelhas morrendo de vergonha e principalmente sem entender como aquilo foi acontecer. Meu coração estava disparado e eu não sabia o que fazer.

E quando eu passei meus braços por seu pescoço, o susto:

— Oops!

Leticia's Voice

— Que merda você está fazendo Leticia?

Eu podia ver em seus olhos o quanto ele estava decepcionado comigo e também o quão surpreso ele estava. Seus olhos azuis estavam escuros e e sua expressão facial não era nada boa. Ele parecia triste ou até mesmo com raiva. Me levantei rapidamente e caminhei até Niall com lágrimas nos olhos.

Eu: Niall, por favor...

Niall: Leca, por favor diz pra mim que você não está...

Eu: Não, eu não estou doente. - afirmei e ele continuou parado me encarando.

Niall: O que está acontecendo com você? Você não é assim! Desde quando você se importa com o que come? - perguntou.

Eu: Você não vê como eu estou... Gorda? - perguntei e ele soltou um suspiro pesado, entrando no banheiro e fechando a porta.

Niall: Gorda? Leticia, você emagrece mais a cada dia, vai acabar ficando anoréxica!

Eu: Não fala isso Niall. Eu só quero perder alguns quilos!

Niall: E você acha que colocar pra fora o que você comeu é o melhor jeito pra isso? - perguntou um tanto nervoso.

Eu: Por favor, não conta pra ninguém! - implorei e ele fechou os olhos passando as mãos pelos cabelos.

Niall: Eu não acho isso certo. - falou.

Eu: Niall, por favor. - ele suspirou.

Niall: Eu prometo não contar se você prometer parar com isso. Tem vários jeitos mais saudáveis pra perder peso Leca...

Eu: Eu sei, mas eu estou desesperada! - exclamei.

Niall: Leticia, promete que vai parar. - pediu e eu suspirei.

Eu: Tudo bem. - ele sorriu e me abraçou.

Niall: Eu fiquei desesperado quando eu vi aquela cena. - disse me apertando contra seus braços.

Eu: Eu sei, desculpa. - falei e nos separamos.

Niall: Tudo bem, vamos subir. - falou me puxando pela mão.

Eu: Pode subir, eu já vou.

Niall: Tem certeza? - perguntou.

Eu: Sim, pode ir. - falei e ele assentiu. Depositou um beijo em minha testa e logo depois saiu do banheiro.

Eu não sabia se iria realmente conseguir parar de fazer isso, afinal essa não é a primeira vez. Essa semana eu fui a um restaurante com Bê e lá ela pediu salmão para nós duas e depois de comer, fiquei me sentindo inchada, pior do que já estava, então fui ao banheiro e coloquei tudo pra fora. Eu sabia que eu havia feito uma promessa, mas é dificil cumprir quando você não se sente bem com seu corpo, quando ás vezes você se olha no espelho e sente vontade de chorar. Eu sabia que isso poderia se tornar algo mais grave, mas é mais forte do que eu, não consigo controlar. Mas talvez eu possa apenas parar de comer. Acho que seria mais fácil do que comer e vomitar tudo. Tudo bem, afinal eu prometi parar de forçar vômito, não parar de parar de comer.

Depois de lavar a boca e o rosto, suspirei e colei um sorriso um tanto robótico no rosto antes de subir as escadas e entrar naquele quarto, onde todos estavam rindo sobre algo que eu sinceramente não estava a fim de saber o que era.

— Oi gente, voltei. 

HEY! 

Para aqueles que estavam curiosos para saber quem acabou vendo o que não devia no banheiro, aqui está a resposta - muito diferente do que muitos de vocês com certeza pensaram. Apesar do clima tenso, um romancezinho está começando a dar indícios, hein? Segurem esse forninho aí! Espero que tenham gostado e comentem, é sempre bom pra mim saber se estão gostando ou não da história e do rumo que ela está tomando. Se cuidem e fiquem com Deus xoxo